“Imitar a Virgem Maria é imitar a Cristo. Alguns críticos dirão: ‘mas isso não tem cabimento, porque não imitar diretamente a Cristo?’ O próprio S. Paulo disse: ‘Sede meus imitadores, como eu sou de Cristo’, por que a Virgem Maria, muito mais santa, mais perfeita do que S. Paulo não pode dizer o mesmo?” (Padre Paulo Ricardo)
“Eu mesmo sou um exemplo vivo do perigo extremo de deixar as crianças brincarem com armas. Passei a infância tentando ser Roy Rogers ou Hopalong Cassidy e, ao crescer, tornei-me um assassino intelectual de idiotas, um dano que poderia ter sido evitado se no meu tempo, em vez de uma indecente facilidade de acesso a revólveres e espingardas de plástico, existissem os Teletubbies, os Menudos e o sr. Luiz Mott. Estes infelizmente só vieram a aparecer por volta da década de 1990 do século XX, quando minha alma já estava irremediavelmente corrompida.” (livro “O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota”, Olavo de Carvalho, Editora Record, p577)
Sabemos que o pecado possui duas dimensões, o pecado venial e o pecado mortal. Os pecados veniais são aqueles mais leves, enquanto os pecados mortais, são os que colocam nossa alma em perigo de ir para o inferno.
Todo pecado tem duas consequências diretas, a culpa e a pena.
A culpa é o que assumimos quando vamos nos confessar, a pena é o que devemos fazer para expiar nossos pecados.
Agora pense comigo: podemos entrar no Céu se não estivermos em estado de graça? Podemos ir para o inferno se não temos pecado mortal?
E agora, o que acontece? Aí que vem o purgatório. O purgatório é o estado (não é correto falar em lugar, pois não é um local físico) em que expiamos a pena devida pelos pecados veniais.
O purgatório é onde pagamos algo que ficamos devendo aqui na Terra, que não nos manda para o inferno, mas ainda não nos permite entrar no Céu. Quem vai para o purgatório já tem a certeza da salvação só não sabe quando, pois ainda tem o que pagar para poder entrar totalmente limpo no Céu.
Eu: Pelo que li no artigo que me indicaram na conversa (Twitter), no purgatório é feita a purificação. Pelo que você me explicou, então, eu poderia afirmar, num eventual debate, que no purgatório há a purificação dos pecados não por via do arrependimento ou do teste da fé (como eu interpretei ao ler o artigo, lembrando que posso ter errado na interpretação), mas por meio de “limpeza” deste(s) pecados e dependendo e o tamanho do sofrimento ali é inversamente proporcional ao tamanho da fé construída em vida (quanto menor a fé, maior o sofrimento e vice-versa)? Se eu estiver errado, por gentileza, me corrija.
Quase isso. Só essa parte do inversamente proporcional que não faz muito sentido. Saiba que nossa inteligência é limitada neste mundo. Por nossa inteligência ser imperfeita é que temos a capacidade de nos arrependermos.
Nos arrependemos de decisões porque nunca somos capazes de decidir qualquer coisa com conhecimento pleno. Quando morremos, nossa alma perde essa limitação que vem do corpo físico Adquirimos uma inteligência absoluta. Com essa inteligência absoluta perdemos a capacidade de nos arrependermos, pois toda decisão que tomamos, fazemos com o perfeito conhecimento de todas as consequências. Essa também é a razão pela qual os demônios não podem se converter novamente e nem os anjos restantes podem se rebelar.
Então, quando vamos para o purgatório, já estamos arrependidos. Apenas vamos pagar nossos pecados. São os que poderão entrar, mas não agora, pois ainda precisam expiar algumas culpas. Essa purificação ocorre através do fogo e da dor.
A única coisa agradável no purgatório é saber que a gente tem certeza de que sai de lá, mas a estadia não é nem um pouco agradável.
Subsídios:
Segundo o Padre Paulo Ricardo, o sofrimento de Cristo foi o máximo do sofrimento terreno, não há maior do que esse. Já o menor dos sofrimentos no Purgatório é maior do que o de Cristo.
Certa vez, o povo de um vilarejo decidiu se reunir no centro do lugar para rezar pedindo por chuvas. Mas apenas um garoto trouxe guarda-chuva. O nome disso é FÉ.
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Quando você joga um bebê de um ano de idade para o alto, ele gargalha porque sabe que na queda alguém irá segurá-lo. O nome disso é CONFIANÇA.
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A cada noite, antes de dormir, não temos garantia nenhuma de que estaremos vivos na manhã seguinte, mas ainda assim, colocamos o despertador para tocar. O nome disso é ESPERANÇA.
“Se a mentira é usada como argumento, na hipótese, é sinal de que a tese não tem força suficiente para se sustentar por si.” (Francisco Teodorico, Jul2018)